sexta-feira, 23 de abril de 2010

FASTER!PUSSYCAT!KILL!KILL! - 1965




- Ladies and Gentleman, welcome to violence...

Tura Satana é com certeza uma das atrizes mais gostosas que já vi em toda minha vã existência. Vê-la em preto e branco, com decote avantajado amostra, dirigindo um possante ou espancando um mauricinho é punhetísticamente foda, coisa que só uma baboseira ( no bom sentido, claro!) dos anos 60 dirigida por um ex-fotógrafo da playboy consegue nos mostrar.

Faster!pussycat!kill!kill! ( Russ Meyer, 1965 EUA), é um filme unico já pelo titulo intraduzível e interessante, a trama é básica: três strippers peitudas malucas (Tura Satana, Haji e Lori Williams) em algum deserto californiano resolvem apostar um racha com um jovem casal de babacas e sem-querer-querendo matam o rapaz e, por ser a unica testemunha do crime, sequestram sua namorada. Numa cidade proxima elas descobrem que um velho esconde uma bolada de dinheiro em algum lugar de suas terras e lá vão as desocupadas tentar roubar a grana. O velho por sua vez é paraplégico e mora com seus dois filhos, o mais novo é burro feito uma portinhóla e o mais velho vive com pai apenas por ter pena do velho. Pena que com certeza o vadio do velho não merece pois, além de ser um muquirana do caralho usa um dos filhos (o mais novo) para sequestrar jovens donzelas que aparecem em suas terras e força o rapaz a estupra-las enquanto o velho onanista assiste tudo de camarote.

Uma sinopse dessa não deve assustar ninguem hoje em dia mas no meio da decada de 60 foi uma puta paulada na cabeça. Russ Meyer surpreendeu com novidades básicas como três protagonistas gostosas sendo duas delas morenas - numa época onde as beldades loiras dominavam o cinema - e até injetando doses generosas de violência, aparentemente, gratuita mas que acabam sendo a grande atração do filme. A sensualidade das protagonistas jorra a cada cena em que elas apareçam, a impressão que fica é que cada movimento de quadril, olhar, sorriso ou gesto que for foi calculadamente feito parar acertar os machos da espécie direto nas bolas.

Varla, personagem de Tura peitão Satana é com certeza a maior atração da pelicula, rouba qualquer cena do filme sendo pela beleza da atriz ou o carisma( mais hein?!)da personagem. Destaque pras cenas de luta onde a atriz dispensou dublês e desce o cacete em quase todo o elenco, sobrando até pro velho de cadeira de rodas ser atropelado sem dó por Varla, numa das cenas mais violentas do filme. As atuações são forçadas e limitadissimas, caracteristica que deixa toda a baboseira ainda mais interessante e obrigatória pra cinéfilos e punheteiros de plantão. Pena que atriz tenha feito tão poucos filmes e Faster!pussycat!kill!kill! ser tão curto, duração que contraria tamanha importância da obra pro comportamento feminino, cinema e arte em geral.

Ao assisti-lo hoje, após crescer vendo a noiva de Tarantino, ou as fêmeas fatais de Frank Miller não há como não notar uma ligação com FPKK, servindo apenas como inspiração, homenagem ou mesmo pura chupação de idéia! Os dialogos ásperos, os carros possantes, as roupas coladas que hoje ocupam 99,9999999% das obras voltadas ao publico masculino convergem todos para a obra máxima de Russ Meyer, que depois de FPKK dirigiu alguns filmes com nudez ( curiosamente e pra decepção de muitos nenhum peito a mostra aparece em FPKK) mas nenhum chamou tanta atenção quanto sua obra de 1965.

Faster!pussycat!kill!kill! se tornou um de meus filmes favoritos desde o primeiro momento onde um narrador anuncia que somos todos bem-vindos ao mundo da violência, e que ela cria molda devora tudo que toca e se apresenta das mais inesperadas formas podendo ela ser minha secretária, a recepcionista do meu médico ou até mesmo: dançarinas de Go-go! Dali em em diante foi-se uma geração inteira... Obrigado Russ, obrigado Tura.